Nesta quarta-feira, foram realizados atendimentos na Casa de Apoio Indígena (Casai) de Macapá. As consultas, realizadas por diferentes especialistas, encerraram as atividades do IV Fórum de Médicos de Fronteira, que ocorreu em Macapá e foi organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O encontro teve como foco a discussão da assistência em saúde na região, especialmente entre os povos indígenas e ribeirinhos.

O atendimento na Casai foi organizado de acordo com a necessidade da população indígena hospedada na casa. Os pacientes receberam encaminhamentos para realização de exames e procedimentos cirúrgicos. A ação contou também com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) e do Hospital São Camilo, onde os pacientes encaminhados pelos médicos da ação serão operados.

Além dos atendimentos prestados na Casai, os conselheiros do CFM, incluindo o presidente da entidade, Dr. José Hiran da Silva Gallo, o 1° vice-presidente Dr. Jeancarlo Fernandes Cavalcante e a coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira, Dra. Dilza Teresinha Ambrós Ribeiro, conversaram com a direção da Casai e com os médicos do Amapá sobre as principais patologias identificadas nos povos indígenas dessa região.

Carta de Macapá – De acordo com os conselheiros do CFM pelo Amapá, Dra. Maria Teresa Renó Gonçalves e Dr. Marco Túlio Muniz Franco, uma melhor assistência em saúde nessa região e em outras zonas de fronteira do Brasil é uma preocupação do CFM. Por isso, após os debates e discussões entre os participantes do IV Fórum de Médicos de Fronteira do Conselho Federal de Medicina, foi aprovada a Carta de Macapá. No documento, eles apresentam recomendações ao sistema de conselhos de medicina, aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e à sociedade em geral.

Acesse a Carta aqui

IV Fórum de Médicos de Fronteira – Durante o evento, o presidente do CRM-AP, Dr. Eduardo Monteiro, ressaltou que a questão da saúde fronteiriça, quando se trata da Amazônia, vai além das discussões de vigilância sanitária. “Saúde fronteiriça, nesta região, inclui conversar sobre distâncias geográficas, locais de difícil acesso, diferentes crenças, tradições e línguas. Além de outros desafios”, destacou o Dr. Eduardo Monteiro.

E nesse contexto de multiculturalidade, o presidente do CRM-AP lembrou e homenageou o médico e padre Raul Matte, que faleceu em maio de 2021.  Profissional que com muita sabedoria e respeito, levou atendimento à população ribeirinha e aos povos indígenas por muitas décadas. “A determinação do médico, que enfrentou tantos desafios em suas missões, não poderia deixar de ser lembrada, pois Dr. Raul foi um exemplo para todos nós e para as futuras gerações”, ressaltou.

A Beleza do trabalho chamou atenção. Em 10 de dezembro de 2008, durante a comemoração dos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, o trabalho social rendeu a José Raul Matte o prêmio Cardeal Van Thuân de Direitos Humanos, recebido das mãos do Papa Bento XVI, no Vaticano.

 

Gargalos da assistência em saúde – Durante o evento, o CFM também apontou gargalos da assistência em saúde nos 588 municípios do Brasil que fazem limites com outros países.  (Leia mais).

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