Sex, 07 de Dezembro de 2012 13:27

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota nesta quinta-feira (6)  na qual classifica o exame de fim de curso, patrocinado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) como instrumento metodológico relevante para mensurar – de forma quantitativa – o nível do conhecimento obtido pelos egressos das escolas de medicina.

As conclusões do exame foram divulgadas no dia 5. Mais da metade dos candidatos (54,5%) foram reprovados. “Infelizmente, os resultados alcançados confirmam a suposição de que a qualidade da formação oferecida está abaixo das necessidades, realidade constatada em São Paulo e que acreditamos seja a mesma em todos os Estados”, pontuou o documento.

O Conselho afirmou ainda na nota que considera o chamado teste de progresso o instrumento ideal para avaliar o processo formador dos médicos no país. Com o respaldo de uma Lei, os alunos seriam submetidos a exames cognitivos e práticos, aplicados por entidade externa ao final do 2º, 4º e no último ano da faculdade.

Além da avaliação direta dos alunos, o conteúdo pedagógico, os corpos docentes e os cursos de medicina passariam pelo mesmo crivo, sendo que os que apresentassem desempenho abaixo da média seriam penalizados com a redução do seu número de vagas.

Para o CFM, o Governo – em todas as suas esferas – deve apresentar propostas que contribuam para a qualificação dos cursos de medicina no país, demonstrando real preocupação com a população que conta com médicos bem preparados para se manter sua saúde e seu bem estar.

Confira a íntegra da nota abaixo.

NOTA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

Tendo em vista a realização do exame de fim de curso, patrocinado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), cujos resultados foram divulgados nesta quarta-feira (5), o Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarece que:

A iniciativa do Cremesp configura instrumento metodológico relevante para mensurar – de forma quantitativa – o nível do conhecimento obtido pelos egressos das escolas de medicina;
Infelizmente, os resultados alcançados confirmam a suposição de que a qualidade da formação oferecida está abaixo do desejável, realidade constatada em São Paulo e que acreditamos é a mesma em todos os Estados;
Como modelo ideal de avaliação do egresso, o CFM apoia a implementação no país de uma metodologia conhecida como teste de progresso, que prevê, entre outros pontos, a realização de exames no fim do segundo, do quarto e do sexto período, sempre com a preocupação de avaliar, simultaneamente, alunos, corpo docente, conteúdo pedagógico e até as instalações das instituições de ensino;
No entanto, a melhora do nível do ensino médico não se esgota em avaliações semelhantes, mas na adoção de políticas públicas que impeçam a abertura de indiscriminada de cursos de medicina e o aumento do número de vagas naqueles já existentes.
Atualmente, o Brasil possui 208 cursos médicos. No mundo, apenas a Índia, com 272 cursos e uma população seis vezes maior que a brasileira, possui mais.
Este quadro não condiz com as preocupações humanitárias e sociais pertinentes à Saúde e à Medicina, pois atendem, principalmente, aos interesses econômicos e políticos de alguns setores da sociedade.
O Governo – em todas as suas esferas – deve estar atento a esta realidade e apresentar propostas que contribuam para a qualificação dos cursos de medicina no país, demonstrando real preocupação com a população que conta com médicos bem preparados para se manter sua saúde e seu bem estar.

Para o CFM, o Brasil precisa urgentemente médicos bem formados, bem qualificados, bem capacitados e com plenas condições de fazer aquilo para o que se prepararam, assim como de políticas públicas – como a criação de uma carreira de Estado para o médico do SUS – que estimulem sua melhor distribuição e fixação nas áreas de difícil provimento, garantindo a cobertura dos vazios assistenciais.

de profissionais na rede pública, o que decorre, essencialmente, da falta de estímulos para a fixação dos profissionais nas áreas remotas do interior e nas periferias dos grandes centros urbanos. “Se a questão fosse apenas numérica, em alguns estados como o Distrito Federal que tem uma média de 4 médicos por 1.000 habitantes, não existiriam reclamações, como a imprensa apresenta cotidianamente”, destacou d’Avila.

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