Uma campanha conjunta de orientação à população sobre os riscos e os cuidados necessários ao buscar procedimentos estéticos serão promovida
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) reuniu representantes de diversas entidades fiscalizatórias para discutir a crescente preocupação com a realização de procedimentos estéticos por profissionais não médicos. O encontro contou com a participação da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá, da Secretaria Municipal de Vigilância em Saúde, da Delegacia de Crimes Contra o Consumidor, do Procon e da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do Amapá (MP-AP).
Segundo o presidente do CRM-AP, Dr. Eduardo Monteiro de Jesus, a situação é alarmante, com relatos de lesões graves e até complicações fatais decorrentes de procedimentos realizados por pessoas não habilitadas. “Essa reunião com diversas entidades é crucial para avançarmos na fiscalização e proteção da população contra esses indivíduos que estão causando danos irreparáveis”, afirmou o presidente.
A Dra. Maria Teresa Renó, coordenadora da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (CODAME), reforçou a gravidade da situação, especialmente em relação a procedimentos invasivos na área da estética. Ela destacou que a atuação de não médicos frequentemente causa lesões irreversíveis. A médica também mencionou a recente proibição do uso do PMMA (polimetilmetacrilato) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), uma substância inabsorvível amplamente utilizada na estética, mas que pode gerar inúmeros danos ao organismo, exigindo, em muitos casos, cirurgias complexas e agressivas para sua remoção.
“Se for realizar algum procedimento invasivo ou utilizar substâncias que possam prejudicar a saúde, como hormônios e chips, é fundamental verificar se o profissional é devidamente habilitado”, orientou a coordenadora.
CRM-AP orienta a população a adotar medidas de segurança antes de se submeter a qualquer procedimento estético. A principal recomendação é pesquisar a qualificação do profissional, verificando se ele é médico com especialização na área desejada e se possui registro ativo no Conselho. Essa consulta pode ser realizada através do site oficial do CRM-AP: www.crmap.org.br, na seção de “Busca por Médico”.
Outro ponto de atenção levantado durante a reunião é a forma como alguns profissionais divulgam seus serviços nas redes sociais. O Conselho observa que muitas vezes a formação e o registro profissional não são informados, o que dificulta a verificação por parte dos pacientes. É essencial que os profissionais divulguem de forma clara o nome da profissão, o número do registro profissional e o Registro de Qualificação de Especialista (RQE), quando aplicável.
“A população precisa ficar alerta. Não se baseie apenas em fotos de ‘antes e depois’ nas redes sociais, cuja veracidade nem sempre pode ser comprovada. Busque sempre o número do registro profissional e verifique se a clínica possui autorização de funcionamento, que também deve ser registrada no CRM-AP. O seu corpo é muito mais importante”, enfatizou a Dra. Maria Teresa.
As entidades presentes na reunião se comprometeram a realizar uma campanha conjunta de orientação à população sobre os riscos e os cuidados necessários ao buscar procedimentos estéticos, visando proteger a saúde e o bem-estar da comunidade amapaense.
Nos últimos anos, o CRM-AP tem intensificado suas ações judiciais contra a invasão do ato médico, reafirmando seu compromisso primordial com a saúde da população amapaense.