O Hospital de Laranjal do Jari – AP recebeu recomendações do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) para corrigir as irregularidades que foram identificadas durante vistoria. A fiscalização realizada pela autarquia federal seguiu um check list de perguntas e exigências padronizadas, que vão compor o relatório que será enviado para as secretarias de saúde, Conselho Federal de Medicina e Ministérios Públicos Federal e Estadual.

Durante a fiscalização, que ocorreu em fevereiro, foram verificados a disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPI’S) aos servidores de saúde, a quantidade de leitos disponíveis e de profissionais lotados na unidade, bem como o fluxo e protocolo de atendimentos dos pacientes e condições estruturais.

Irregularidades – A maioria das irregularidades identificadas no momento da fiscalização estava no centro cirúrgico. Segundo o relatório, o local apresentava várias deficiências que contrariam a Resolução do CFM Nº 2056/2013. O foco cirúrgico de teto, com aproximadamente 20 anos de uso, apresentava problemas (sem foco). Devido à dificuldade, em alguns casos, os médicos precisam recorrer à lanterna de celular para iluminar melhor o local da cirurgia.

Percebeu-se que a mesa cirúrgica regulável apresentava defeito (sem lateralização), bem como bisturi elétrico. O instrumento é antigo, pois não apresenta canetas, os cabos do aparelho foram improvisados e durante o uso o aparelho fumaça.  Outra irregularidade detectada é a falta de capnógrafo / capnômetro, que é utilizado para monitorar o paciente quanto a concentração ou pressão parcial de CO2 no decorrer de uma cirurgia.

Ainda no centro cirúrgico do Hospital de Laranjal do Jari outras questões chamaram atenção da equipe de fiscalização. A equipe identificou instrumentais e aparelho de anestesia antigos. Ausência de carrinho de emergência, desfribilador e  raio-x portátil. O negatoscópio apresentava problemas (painel de fluorescente branca, projetado para leitura mais precisa de imagem, como raio-x).

No momento da fiscalização faltavam fios cirúrgicos e a pia de higienização das mãos estava com acionamento manual, o que contraria Resolução CFM Nº 2056/2013 e RDC Anvisa Nº 50/2002.  A Central de Material e Esterilização não possui divisórias para separar os instrumentos sujos/ contaminados dos que já passaram pelo processo de esterilização.

Apesar do Hospital de Laranjal do Jari ser uma referência na região, não tem Unidades de Terapia Intensiva para adulto, cardiológica, de queimados, de transplantes, de pediatria e neonatal. Detectou-se que a escala de atendimento médico também não estava completa: faltavam cirurgião geral, anestesista, ginecologista obstetra e cardiologista.

A fiscalização ocorreu no dia 14 de fevereiro de 2022 e foi realizada pelo conselheiro Dr. William Camilo Rodriguez Barrera e pelos funcionários da autarquia federal. A vistoria foi motivada por denuncia levada ao Conselho. Outras irregularidades serão detalhadas em relatório que será enviado para as autoridades.

Ao longo do ano, o CRM-AP realiza diversas fiscalizações no sistema público e privado. No ano de 2021 a autarquia realizou 143 fiscalizações na capital e no interior. Em 2022 não será diferente. O CRM-AP vai seguir zelando pela garantia do exercício ético da medicina e pelo bom atendimento à população que vive no Amapá.

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