Sábado, 24 de julho de 2021

O Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-AP) fiscalizou ambientes, estrutura física e condições de trabalho na Polícia Técnico Científica (Politec) nessa sexta-feira (23/07). A autarquia identificou estrutura insuficiente e atrasada. Os problemas vão desde paredes com infiltrações, fiação exposta, falta de equipamentos e cadáveres em decomposição no chão. Além de mau cheiro.

A equipe constatou que a sala de necropsia está sem condições de trabalho, praticamente inoperante. Entre os problemas identificados neste espaço: falta de sistema de exaustão, uma espécie de exaustor de ar fresco para a área da mesa de autópsia. Devido ao problema, duas mesas para realização de necropsias foram colocadas na área externa, com mais ventilação. Mas de acordo com o levantamento da equipe de fiscalização, quando existem mais de dois cadáveres os médicos legistas são obrigados a usarem a sala sem o sistema de exaustão na parte interna do prédio.

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A sala improvisada de necropsia, apesar de ficar na área externa, localiza-se próxima da câmara fria, que no momento da fiscalização estavam desligadas e com forte odor. No ambiente dois corpos em decomposição estavam no chão. Somado a este cenário desafiador de trabalho, também acúmulo de lixo. Entre os detritos havia até um caixão.

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Também foram identificados outros problemas neste setor, como: falta de máscaras de proteção com purificador de ar não motorizado e filtros substituíveis, recipiente adequado para resíduos infectantes, aventais impermeáveis, óculos de proteção, luvas de procedimento, aparelho de raio- ou outro meio que possibilite a visualização da imagem, balança para fetos e embriões, instrumental para dissecção e sutura, papel toalha e sabonete líquido.

Contatou-se que a recepção do consultório de Medicina Legal e Perícias Médicas (IML) é compartilhado por crianças, mulheres e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual com as demais situações. Percebe-se que o ambiente não é humanizado para receber as vítimas já tão fragilizadas. A privacidade também é comprometida com janelas sem películas.

Além da falta de inúmeros materiais para realização de exames. No momento foi informado que apenas o exame de DNA estava sendo realizado, o escâner para identificação de projéteis de arma de fogo também foi achado inoperante e todos extintores de incêndio com data de validade vencida em 2015.

O CRM-AP vai encaminhar relatório circunstanciado com todas as irregularidades para a Politec, Conselho Federal de Medicina e Ministérios Públicos Estadual e Federal.

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