Macapá, 11 de fevereiro de 2020.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) retornou ao Hospital de Emergência nessa sexta-feira (07/02). A equipe da autarquia constatou que não ocorreram melhorias na estrutura e que a demora por cirurgias e falta de insumos ainda é um problema recorrente. As últimas fiscalizações foram realizadas nos dias 06/07/2019, 01/02/2019 e 21/12/2018.
No centro cirúrgico foi constatado que embalagens de soro fisiológico e de medicações estavam sendo utilizadas como recipientes para armazenar as peças cirúrgicas que seriam enviadas à análise patológica. Além do acondicionamento improvisado, foi relatado a falta recorrente de formol para armazenar e transportar o material coletado. O que coloca a peça a ser analisada em risco de deterioração.
No momento da fiscalização foi relatado que os exames laboratoriais estavam suspensos há duas semanas. Obrigando assim os pacientes a realizarem exames em laboratórios particulares. Os profissionais do laboratório estavam realizando apenas exames para os pacientes dos setores fechados, como, UTI, semi-intesiva e sala vermelha. De acordo com eles, os insumos para estas análises eram emprestados.
Também foi denunciado ao CRM-AP que há mais de duas semanas o único raio-x da unidade não funciona. A equipe de fiscalização não teve acesso a sala do aparelho por falta de funcionário no momento da vistoria.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foram identificados leitos deteriorados, com mais de 10 anos de uso. Além de falta de manutenção nos aparelhos da UTI. Tubos e tomadas estavam com a fiação elétrica exposta.
No momento da vistoria haviam muitos pacientes pelos corredores e na rampa de acesso ao piso superior. Acompanhantes são obrigados a dormir sobre papelões ou em cadeiras de plástico.
Muitos reclamaram à equipe da autarquia sobre a demora para realização de cirurgias e transferência para o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima. Atualmente há 66 pacientes internados na ortopedia do HE e 30 aguardando a transferência para realizar cirurgia no HCAL, já que esse tipo de procedimento não é realizado no HE.
Além da demora para realização de cirurgias, os pacientes também reclamam da falta de medicação. Durante a fiscalização, a equipe esteve na farmácia do HE. Foi identificado que o quantitativo de medicamentos dispensado pela Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) não atende a demanda.
De acordo com o presidente do CRM-AP, Dr. Eduardo Monteiro, o relatório de fiscalização será enviado para os Ministérios Público Federal e Estadual, Secretaria de Saúde, Conselho Federal de Medicina (CFM) e para direção do HE.

Pacientes pelos corredores e na rampa de acesso ao piso superior do HEEquipe de fiscalização do CRM-APEmbalagem de soro fisiológico sendo utilizada para armazenar peças cirúrgica que seria enviada à análise patológica

Facebook Instagram Twitter
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.