Macapá, 19 de março de 2020.

A estrutura da rede pública no Amapá para o enfrentamento da pandemia do coronavírus foi pauta de uma reunião realizada no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP), nessa quarta-feira (19/03). Representantes do poder público da esfera federal, estadual e do município de Macapá foram convidados para discutir o problema.

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A principal preocupação dos conselheiros é a falta de leitos de UTI. Segundo levantamento da autarquia, estão disponíveis no município de Macapá 34 leitos. Há apenas dois leitos no Hospital e Maternidade Mãe Luzia, oito leitos no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), apenas seis ativos dos 11 leitos no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) e 13 leitos no Hospital de Emergência (HE). No Hospital do município de Santana são apenas seis leitos (apenas 3 ativos), no total de 40 leitos de UTI disponíveis para o SUS. Na rede particular são 20 leitos no Hospital São Camilo e cinco no Hospital Central de Macapá.

O conselheiros lembraram que no dia 19 de fevereiro, deste ano, a direção do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) tinha recebido o prazo de 15 dias para corrigir as irregularidades urgentes de falta de insumos básicos para atendimento de urgência e emergência e de apoio diagnóstico (exames laboratoriais, que não estão sendo realizados nos pacientes internados na UTI, desde dezembro de 2019), além do raio-x. A Secretaria de Saúde do Amapá não conseguiu atender as recomendações. Situação constatada no dia 13/03, quando a equipe de fiscalização retornou ao local, e interditou a unidade, com objetivo de que a mesma seja equipada.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do Ministério Público do Amapá (MP-AP), promotora de Justiça Fábia Nilce lembrou que o problema é antigo. “O que nos atrapalha é a falta de clareza. Desde 2015, quando ajuizamos uma ação judicial cobrando leitos de UTI, que a situação é a mesma. Sempre flutuando com cinco, seis, sete leitos, mas nunca com a capacidade máxima. No momento como esse, em que a demanda vai aumentar, também cresce a nossa preocupação. Por isso, estamos cobrando ações emergenciais e efetivas”, frisou a promotora.

A falta de equipamentos de proteção individual, como álcool, máscaras e luvas também foi pauta das discussões. Problemas relatados pelos médicos presentes da reunião. “A gente teme, que por falta de estrutura, os profissionais da saúde se tornem vetores do COVID-19”, disse uma das médicas que atua na rede pública do Amapá.

As discussões vão continuar com os presidentes de classe, que serão convidados a elaborar um documento relatando a real situação da saúde no estado. As discussões serão realizadas com todos os cuidados necessários. Assim como foi na reunião dessa quarta-feira, quando os convidados não sentaram lado a lado. As cadeiras foram separadas por fitas. Todos receberam máscaras e passaram por termógrafo, para verificar a temperatura dos convidados em tempo real, considerando que a febre é um dos sintomas do COVID-19.

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Também como medida de prevenção e contenção contra o COVID-19, o CRM-AP divulgou recomendações por meio da portaria n° 31 de 17/03/2020. (Veja aqui)

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