Hospital de Emergência e UBS Lélio Silva são fiscalizados pelo CRM-AP
Sindmed-AP também acompanhou os conselheiros, que flagraram paciente com parada cardiorrespiratória sendo reanimado no chão
Denuncias e reclamações de profissionais da saúde e de paciente que precisam do Hospital de Emergência levaram o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) e o Sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed-AP) a fiscalizarem, novamente, o Hospital de Emergência (HE).
A equipe constatou corredores transformados em leitos, camas sem colchões e macas enferrujadas. Apenas dois banheiros, em péssimas condições, estavam disponíveis para os pacientes e acompanhantes. Além da lotação, os pacientes também reclamavam da quantidade de lixeiras expostas ao longo do hospital.
A equipe de fiscalização presenciou um paciente com parada cardiorrespiratória sendo reanimado no chão. Ele estava internado em uma cadeira e veio a óbito. A total falta de dignidade para com o cidadão chocou a equipe de fiscalização. A cena fotografada e filmada repercutiu nos meios de comunicação, entre eles: Globo News e Record Nacional.
No semi-intensivo do HE constatou-se também a falta de profissionais de saúde. Pacientes internados nesta ala precisam ser monitorados por uma equipe médica. Já o centro cirúrgico foi transformado em sala de esterilização. Sem opção, os recém-operados ficam internados em corredores.
Lélio Silva – A equipe de fiscalização também vistoriou a Unidade Básica de Saúde Lélio Silva. Na época apenas um consultório tinha estrutura e o outro estava desativado. A sala de observação da UBS também apresentava leitos em péssimas condições. E apenas um banheiro estava disponível para homens e mulheres. Outro problema constado foi a carência de medicamentos.
Segundo a equipe de fiscalização, na sala de reanimação o respirador não funcionava e o equipamento de intubação não passava por esterilização, assim como o laringoscópio (instrumento utilizado para o exame da laringe). A rede de oxigênio também não estava funcionando.
De acordo com os funcionários da UBS, a caixa d’água da unidade estava sem tampa e sem limpeza há muitos meses. Atrás do prédio havia muito sujeita e mato. Ambiente favorável para a proliferação de insetos e bichos.
A fiscalização ocorreu no dia 30 de julho. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá, Dr. Dorimar Barbosa, um relatório, sobre a situação encontrada, foi enviado para o Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.