Especialistas analisam os desafios do diagnóstico de HIV (Teste Rápido e PrEP) e o rigoroso protocolo de uso racional de antibióticos nas UTIs do Estado.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amapá (CRM-AP) lançou o sexto episódio do @MedCastCRM-AP. Desta vez, os temas focados foram: Sepse e a Importância do Diagnóstico Precoce e o Combate ao Estigma do HIV.
Conduzido pelas conselheiras Dra. Luciana Campos (CRM 401 AP) e Dra. Priscila Fujino (CRM 1554 AP), o programa recebeu duas médicas com experiência clínica e atuação de liderança no Amapá: a infectologista Dra. Natássia Rêgo (CRM 1316 AP) e a intensivista Dra. IvnaAmanajás (CRM 1294 AP).

Destaque Clínico e o Poder da Anamnese na Sepse – A Dra. Ivna Amanajás, médica intensivista, Responsável Técnica da UTI Adulto do Hospital São Camilo e do Hospital de Emergência e Conselheira Federal e Regional de Medicina, trouxe sua experiência em cuidado crítico e gestão, inclusive como ex-diretora de Centros COVID na pandemia.
A especialista enfatizou que a clínica médica continua sendo a principal ferramenta no combate à Sepse. “Uma boa anamnese dá 80% do diagnóstico,” afirmou, detalhando a necessidade de reavaliar pacientes com sinais inflamatórios, como febre, taquicardia e hipotensão, e de atenção redobrada à população de risco (idosos, crianças menores de um ano, imunossuprimidos e oncológicos).
A Dra. Ivna destacou ainda a importância do uso racional de antibióticosem ambientes de UTI, ressaltando o rigoroso controle interno e a integração entre a equipe de Terapia Intensiva e a Infectologia para garantir que o medicamento seja prescrito apenas quando o paciente estiver comprovadamente infectado.
O Alerta sobre HIV no AP: Preconceito e Estratégias de Prevenção- A conversa ganhou um enfoque preventivo com a participação da Dra. Natássia Rêgo, Infectologista formada pela UNIFESP e Presidente do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital São Camilo e da Maternidade Bem Nascer.
A médica alertou sobre o aumento dos casos de HIV no Amapá. A Dra. Natássia ressaltou que a principal estratégia de diagnóstico ainda é o Teste Rápido, e que médicos da Atenção Básica devem encaminhar imediatamente o paciente ao Serviço de Atendimento Especializado, o SAE por exemplo, para iniciar o acompanhamento.
O debate tocou em um ponto social delicado: o estigma. A infectologista foi categórica ao afirmar que “o paciente que morre hoje de AIDS é o paciente que interrompe o tratamento, porque temos medicações excelentes”. Ela atribuiu essa interrupção ao preconceito e ao medo de ser hostilizado, destacando que o maior desafio é fazer o paciente encarar a doença de forma controlável.
Por fim, a Dra. Natássia sublinhou a necessidade de a comunidade médica se apropriar das estratégias de Prevenção Combinada, especialmente a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), um medicamento diário disponível gratuitamente em vários serviços, mas ainda desconhecido por muitos profissionais.
O sexto episódio do MedCast CRM-AP está disponível no YouTube, no canal @MedCastCRM-AP. O podcast se consolida como uma ferramenta essencial de educação continuada e discussão sobre as boas práticas médicas no Amapá.
Acesse: https://youtu.be/xo0mYiVqbbs
SERVIÇO: Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Av. Jovino Dinoá, 1251, Centro, Macapá – AP.
Centro de Referências em Doenças Tropicais (CRDT), R. Prof. Tostes, 2212 – Central, Macapá – AP.