Numa reação contra os sucessivos casos de violência registrados em estabelecimentos de saúde em que as vítimas são médicos e outros profissionais da área, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta sexta-feira (11) nota pública, na qual cobra dos gestores respostas imediatas aos problemas que têm ocorrido em diferentes municípios e Estados.

O alerta endereçado à sociedade lembra que o clima de insegurança é fator que causa impacto no processo de atendimento. O texto ressalta ainda a responsabilidade do Estado pelo quadro atual, classificado pelos conselheiros federais como “lastimável e inaceitável”. Na nota, o CFM acrescenta que este contexto de violência, inclusive, surgiu, “por via transversa, por posicionamentos de gestores públicos que indispõem a população contra a categoria médica”.

Finalmente, os conselheiros federais cobram das autoridades competentes – nas esferas federal, estadual e municipal – a apresentação de um plano de trabalho com o objetivo de combater essa realidade. “Trata-se de uma situação insustentável e com graves consequências. O Estado deve agir imediatamente e tomar atitudes imediatas que garantam as condições de tranquilidade e de segurança necessárias para que médicos e outros profissionais da saúde possam cumprir suas missões”, ressaltou o presidente do CFM, Carlos Vital.

Exemplo recente da violência que tem atingido os profissionais de saúde aconteceu no município de Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. Nesta semana, o médico Antônio Andrade, de 67 anos, que atua num posto de saúde foi agredido a socos e pontapés por um jovem.

Imagens feitas por pacientes que estavam no corredor da Unidade Mista de Saúde onde o caso aconteceu mostram o homem gritando na porta do consultório médico e depois aplicando golpes no médico, que, sem defesa, caiu no chão e continuou sendo agredido. Funcionários e pacientes se desesperam para conter Faria, pois não havia agentes de segurança para deter o agressor. O registro em vídeo, que circula pelas redes sociais, alcançou grande repercussão na imprensa.
Segundo relato da Prefeitura de Tibau do Sul, o médico estava realizando uma sutura em um paciente quando o rapaz chegou para ser atendido e se alterou ao saber que teria de esperar. Guilherme Faria foi levado para a delegacia, onde foi autuado em flagrante por desacato e lesão corporal, mas, por ser réu primário, foi liberado. A polícia tem até o início de janeiro para concluir o inquérito e remeter para o Ministério Público Estadual denunciar o caso à Justiça.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CRM-RN), que publicou nota de repúdio sobre o caso, já solicitou reforço em postos e unidades hospitalares municipais e estaduais do Estado para que casos como este não ocorram. “É necessária a segurança em postos e unidades de atendimento, principalmente no período da noite, quando é mais propício chegar pacientes alterados. Este caso é um exemplo do perigo que profissionais de saúde se submetem para trabalhar”, disse o conselheiro Jeancarlo Cavalcante, que também é vice-presidente da entidade potiguar.

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